Carmópolis - SE
Histórico
Rancho foi o nome primitivo de Carmópolis. Seu nascimento como povoado data do fim do período Colonial e início do Império resultando de um simples ponto de parada de feirantes; estes aí se reuniam para atravessar em grupo a antiga mata do Bonsucesso, onde havia mocambos de escravos fugidos dos engenhos da Cotinguiba, que com freqüência atacavam os viandantes.
A denominação posterior de Carmo, tem sua origem provável na influência dos Padres Carmelitas da Missão de Japaratuba, os quais, segundo D.Marcos de Souza - Memória da Capitania de Sergipe - 1808, visitaram "as correntes dos dois famosos Japaratuba, dos dois deliciosos Lagartixos e do puro Siriry. Todos estes rios deságuam no mar, quatro léguas abaixo da Missão de Nossa Senhora do Carmo".
Do magnífico subsídio de D.Marcos de Souza à História de Sergipe, em que localizava a "Missão de Nossa Senhora do Carmo" quatro léguas acima da atual povoação de Pirambu, na barra do Japaratuba, tira-se a conclusão de que nenhuma dúvida pode ser suscitada quanto à passagem dos Carmelitas por Carmópolis, quando a atual cidade não passava de incipiente povoação. Data dessa época a construção da Igreja de Santana do Massacará, situada a pequena distância de Carmópolis
O Município, criou-o a Lei estadual n.° 795, de 23 de outubro de 1920, com território desmembrado do de Rosário; a criação do distrito deve-se à de n.° 819, de 7 de novembro de 1921.
Instalado em 1.° de janeiro de 1923, figura o Município de Carmo, em 1933, com um só distrito.
Decreto-lei estadual n.° 377, de 31 de dezembro de 1943, modificou para Carmópolis o topônimo do Município e do distrito. Até a presente data permanece o Município de Carmópolis com o distrito único da sede.
É Termo vinculado à Comarca de Japaratuba.
Gentílico: carmopolense
Formação Administrativa:
Distrito criado com a denominação de carmo, pela lei estadual nº 819, de 07-11-1921, subordinado ao município de Rosário.
Elevado à categoria de município com a denominação de Carmo, pela lei estadual nº 795, de 23-10-1920, desmembrado de Rosário. Sede no atual distrito de Carmo. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1923.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo decreto-lei estadual nº 377, de 31-12-1943, revogado pela lei nº 533, de 07-12-1944, o município de Carmo passou a denominar-se Carmópolis.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Alteração toponímica distrital
Carmo para Carmópolis alterado, pelo decreto-lei estadual nº 377, de 31-12-1943, revogado pelo decreto nº 533, de 07-12-1944.
Fonte: IBGE
LOCALIZAÇÃO
ECONOMIA
As principais atividades econômicas do município são a mineração, agricultura, pecuária e avicultura. O Coco-da-baía destaca-se dentre os produtos agrícolas sendo seguido pela banana, mandioca, feijão, milho, manga, amendoim e goiaba. Os galináceos predominam na avicultura.
A criação de bovinos enfatiza-se em maior quantidade, ainda há a de eqüinos, suínos, muares e ovinos. Na mineração a produção de petróleo e gás gera grande receita para o município. O comércio é médio e bem diversificado. Na indústria, têm-se fábricas de beneficiamento de coco-da-india e sabão.
AGUADA
Único povoado de Carmópolis, distante a 7 kms do municipio, está interligada ao mesmo por uma rodovia asfaltica, estando bem localizado entre os municípios vizinhos.Possui água encanada e energia elétrica em todas as residencias e dispõe de telefone fixo, todos os logradouros são pavimentados à paralelepipedos, funcionam 3 escolas do ensino fundamental e um jardim de infância, possui um dos melhores clubes sociais da região e dispõe de quadra de esportes e estádio de futebol.
FESTAS E EVENTOS
16 DE JULHO - FESTA DE NOSSA SENHORA DO CARMO (PADROEIRA DO MUNICÍPIO)
CARNAVAL FORA DE ÉPOCA (Geralmente ocrrendo no mês de Abril) - PETROFOLIA
1 DE JANEIRO - FESTA DE BOM JESUS DOS NAVEGANTES (AGUADA)
24 DE JUNHO - SÃO JOÃO (AGUADA) - Batalhão de Bacamarteiros
29 DE JUNHO - SÃO PEDRO - Batalhão de Bacamarteiros
SABÁDO DE ALELUIA - FESTA DO SAMBA DE ABOIO
PRIMEIRO SÁBADO DO MÊS - SÁBADO CULTURAL
PERSONALIDADES
João Gomes de Mello (Barão de Maruim) - Nasceu em 18 de setembro de 1809 no Engenho da Santa Bárbara. Ele era proprietário das terras onde hoje se localiza o bairro Salusto Vieira de Melo (Bairro Invasão), em Carmópolis.
José Sampaio - Nasceu na Vila do Carmo em 2 de maio de 1913. Começou os estudos em Carmópolis na escola de Dona Sirene. Ainda pequeno, mudou-se para Riachuelo. No início dos anos 30 trabalhou no comércio e escreveu seus primeiros poemas. De 1936 a 1944 colaborou com vários jornais e revistas.
Francisco Teles Maciel - Nasceu em 23 de maio de 1887. Ao lado de seu irmão José Teles Maciel, foram as figuras políticas de maior projeção na história de Carmópolis. Além da condição de agricultor e dono de engenho de açúcar, ele também se dedicava a mecânica. Foi um homem de visão social e de grande liderança política. Tornou-se o primeiro intendente, empossado em 1º de janeiro de 1923. Após cumprir o mandato de intendente, o líder do Engenho Porções foi eleito deputado estadual.
Manoel Joventino Magalhães - Nasceu na cidade de Tacaratu/PE, em 3 de setembro de 1920. Posteriormente fixou residência na cidade de Carmópolis onde entrou para o comércio, vendendo tecidos em sua residência e na feira da cidade, e depois abrindo sua loja em prédio próprio. Prosperou bastante, chegando a ser um dos principais comerciantes de Carmópolis. Foi suplente de vereador, assumindo o cargo de secretário e prefeito eleito.
Ignácio Felino Barreto - Nasceu em Carmópolis em 20 de fevereiro de 1906. Entrou na atividade econômica como comerciante e fez carreira política, sucedendo seu pai, ao lado do grande amigo e líder político Leandro Maynard Maciel, de quem nunca se afastou. Como líder político comandou a oposição ao dr. Octávio da Usina Oiterinhos, chefe do Partido Republicano, não conseguindo derrotar o adversário que representava o poder econômico do município. Com a morte dele, as lutas político-partidárias perderam a expressividade.
Gentil Acciole Gomes - Agricultor, comerciante e político. Elegeu-se vereador e tomou posse como vice-prefeito em 1967, morreu em 21 de fevereiro de 1973, assassinado friamente por um vizinho de terra quando se dirigia para o trabalho em sua propriedade.
OUTROS FILHOS ILUSTRES:
Hermes Fontes Cruz
Manoel Cirino dos Santos
Cantidiano Rosa do Bomfim
Marcionilo de Melo Lopes
Anísio Teles Barreto
José Amado Alves
José Teles Maciel
Alberto Narciso da Cruz
Luiz Maciel Barreto Intendente interino
01/02/1933 - Honorino Ferreira Leite - Nomeado intendente pelo decreto de 29/12/32
13/08/1934 - Antônio Amaral Lemos - Nomeado intendente pelo Major Interventor Federal
14/04/1935 - Francisco Teles Barreto - Nomeado intendente pelo Governador do Estado em 08/04/1935
09/08/1935 - Simeão Amaral Lemos - Nomeado Prefeito pelo Governador do Estado
14/12/1935 - José Lino Filho - Prefeito eleito
02/12/1937 - José Lino Filho - Prefeito nomeado pelo Interventor do Estado Eronildes Ferreira
22/02/1939 - Fenelon da Costa Cardoso - Prefeito nomeado pelo Interventor do Estado
31/08/1940 - José Amado Alves - Prefeito nomeado pelo Interventor do Estado em 29/08/40
03/08/1941 - José de Aguiar Lemos - Prefeito nomeado pelo Interventor do Estado (29/07/41)
12/02/1943 - José Ferreira Passos - Prefeito nomeado pelo Interventor do Estado (02/02/43)
01/02/1945 - Anizio Teles Barreto - Prefeito nomeado
19/04/1947 - Marcionilo de Melo Lopes - Prefeito nomeado pelo Governador do Estado
05/11/1947 - Alberto Narciso da Cruz - Prefeito eleito em 19/10/47
01/02/1951 - Simeão Amaral Lemos - Prefeito eleito
03/06/1951 - Cantidiano Rosa Bomfim - Presidente da Câmara que assumiu as funções em vista do afastamento de Simeão Amaral Lemos para tratamento de saúde
21/07/1951 - Simeão Amaral Lemos - Prefeito que reassumiu o cargo
05/05/1954 - Gilberto Amaral Lopes - Prefeito eleito pela Câmara de Vereadores em 15/05/54
14/05/1954 - Cantidiano Rosa Bomfim - Presidente da Câmara que assumiu como Prefeito
06/02/1955 - Hermes Fontes da Cruz - Prefeito eleito em 3/10/54 pelo Partido Republicano
31/01/1959 - Roberto do Prado Sobral - Prefeito eleito pelo Partido Republicano
03/02/1963 - Ariovaldo Ferreira de Souza - Prefeito eleito pelo Partido Republicano
02/02/1967 - Ariovaldo Ferreira de Souza - Interventor municipal nomeado pelo Governador
30/03/1967 - Gilberto Amaral Lopes - Prefeito eleito pela ARENA
31/01/1971 -José Fontes Barreto - Prefeito eleito pela ARENA
31/01/1973 - Manoel Joventino Magalhães - Prefeito eleito pela ARENA
01/02/1977 - Volney Leite Alves - Prefeito eleito pela ARENA
31/01/1983 - Gileno Alves de Melo - Prefeito eleito pela PDS
01/01/1989 - Theotonio Narciso da Cruz Neto - Prefeito eleito
24/04/1989 - José Fernando dos Santos - Vice-Prefeito assumiu durante viagem do titular ao Espirito Santo
29/04/1989 - Theotonio Narciso da Cruz Neto - Reassumiu o cargo
12/09/1991 - José Fernando dos Santos - Vice-Prefeito assumiu durante viagem do titular a Alemanha
22/10/1991 - Theotonio Narciso da Cruz Neto - Reassumiu o cargo
170/8/1991 - Idelfonso Cruz Oliveira - Presidente da Câmara assumi tendo em vista viagem ao Rio de Janeiro
25/08/1991 - Theotonio Narciso da Cruz Neto - Reassumiu o cargo
01/01/1993 - Volney Leite Alves
01/01/1997 - Theotonio Narciso da Cruz Neto
01/03/2000 - Idelfonso Cruz Oliveira - Vice-Prefeito assumiu durante viagem do titular
10/03/2000 - Theotonio Narciso da Cruz Neto - Reassumiu o cargo
29/12/2000 - Idelfonso Cruz Oliveira - Vice-Prefeito assumiu durante viagem do titular
01/01/2001 - Volney Leite Alves
01/01/2005 - Volney Leite Alves
01/01/2009 - Esmeralda Mara Silva Cruz
BACAMARTEIROS
É o principal grupo e foi fundado no Povoado Aguada, ainda na época da escravidão, por volta de 1780 nos engenhos de cana-de-açúcar. Os negros se mobilizavam para a brincar samba de roda e atirar com bacamarte, arma artesanal fabricada pelos próprios negros. Todos os instrumentos musicais(pandeiro, ganzá,reco-reco e onça), bacamartes e a pólvora são fabricados pelo próprio grupo. Para a confecção dos instrumentos musicais é usada a madeira do jenipapeiro, árvore frutífera da região, couro de animais e sementes. Na fabricação da pólvora são utilizados o carvão (feito da umbaúba), cachaça e enxofre.
PARQUE DA MANGUEIRA
MONTE CARMELO
O outeiro de 132 metros de altitude tem, pelo menos, dois nomes: Alto da Gata e Massacará. O primeiro, mais recente, citado em razão da existência do cemitério, nas fraldas do serro. Massacará é o nome mais antigo, que talvez tenha sido tomado por empréstimo da Capela de Santana do Massacará, pelos próprios Carmelitas ou por quem tinha conhecimento da presença desses religiosos naquela área. A ocupação de elevações sempre foi constante entre os Carmelitas, e outros religiosos, como se pode observar
PATRIMONIO
A igrejinha de Santana do Massacará tem como padroeiro Nossa Senhora Santana, está situada em uma chácara, denominada Santana, nas margens da rodovia estadual que interliga o Povoado Aguada a sede do município e está distante da mesma em 3 km.
Foi construída em fins do século passado, sob inspiração dos carmelitas e hoje é um patrimônio cultural-religioso. Seu estilo colonial, suas imagens e altares revestidos de ouro, são retratos de uma época de riqueza e fé. Os restos mortais do ex-Governador Leandro Maciel estão guardados em uma urna.
SAMBA DE ABOIO OU SAMBA DE BATE-COXA
Grupo de influencia negra que teve sua origem a muitos e muitos anos atrás, quando ainda existia cativeiro, uma menina angolana chamada TAMASHALIM ECUOBANKER foi vendida para o engenho São João, no município de Japaratuba. Esta se casou e veio a ter uma filha chamada de Maria da Solidade, que por sua vez também se casou e teve três filhos, Manoel Francisco da Mota, João Francisco da Mota e Maria Benedita da Mota, que ao completar mais ou menos 10 anos de idade encontrou na margem de um tanque, uma estranha pedra e correu para casa dizendo ter encontrado uma boneca e sua avó, TAMASHALIM ECUOBANKER, por ser nagô, tinha certos conhecimentos, lhe disse que era Iansã, à qual chamamos de SANTA BÁRBARA. Então, se passou a comemorar o Festejo de Santa Bárbara em todos os Sábados de Aleluia e em todos os Domingos da Ressurreição. Maria Benedita veio a falecer, e a sua mãe, Maria da Solidade continuou a festejar até sua morte em 1947, a partir dai seus filhos mantiveram a tradição até 2001. A festa de Santa Bárbara, através do Samba de Aboio tem à frente José Francisco Mota de Assis e conta com a cooperação de filhos, irmãos, sobrinhos e netos. O grupo dança em roda, defronte a sua sede, no Povoado Aguada cantarolando suas musicas, e sempre tem dois participantes no meio e estes, aproximam-se e colocam peito com peito, apoiando-se mais nos ombros e ambos afastam a coxa o mais que podem e choca-se num golpe rápido, sendo que apos o contato, estes se retiram convidando outros participantes para continuar a brincadeira. Durante as festividades são fornecidos pirões de carne de bode e de galinha de capoeira
PASSEIO PELO RIO JAPARATUBA
Um belo passeio que pode ser feito através de barcos ou canoas e no trajeto, várzeas, manguezal, coqueiral, fazendas, povoações e o encontro do rio com o mar na cidade litorânea de Pirambú.
JOSÉ SAMPAIO
Estudou as primeiras letras na Escola Particular de Dona Sirena Prado Silva, na cidade de Carmópolis.
Ainda na adolescência manifestou sua paixão pela poesia, passando o tempo a ler e escrever versos.
Com a transferência de seus pais para a cidade de Riachuelo, no final da década, de 15 para 16 anos de idade, Bisuca ingressa no jornalismo local que contava com dois jornais "O Riachuelo” e “Polianto", chegando a ser Diretor-Secretário deste último, em 1931.
Já em 1932, novamente sua família se transfere agora para a cidade de Capela, instalando aí uma loja de tecidos, onde o poeta passa algum tempo ajudando a família nos misteres comerciais.
Em 1934, agora é Bisuca quem deixa os pais em Capela e trabalhar na Capital do Estado, como empregado da Firma “Aguiar & Irmãos”, de propriedade de seus tios, a mesma Firma com quem trabalhou durante o tempo que viveu em Riachuelo.
No ano seguinte, Sampaio chega, finalmente, a ocupar o lugar que lhe pertencia no terreno das letras atingindo notoriedade, pelo seu talento.
Em 1943, ganha o concurso promovido pela Academia Sergipana de Letras, concorrendo com a poesia “O Rio” e o conto “Maloqueiros” classificados em primeiro lugar.
Mas "Bisuca” vai despontado igualmente fora de Sergipe e em 1944 conquista também em primeiro lugar, Com o poema “Um Clarão vem do Mar”, em concurso literário realizado em Salvador, sendo contemplado com a medalha de ouro "Monteiro Lobato".
Casa-se com Jaci Conde Dias, filha de Aurélio Rezende Dias e Carmelita Conde Dias. Com a morte de seu pai quem passou a tomar conta dela foi seu irmão Antonio Conde Dias, ela também era dedicada à poesia e teve dois filhos - Liana e Danilo Dias Sampaio. No fim dos anos 40 vai morar em Feira de Santana (BA). Depois de uma passagem rápida pelo Rio de Janeiro e São Paulo para tratamento de saúde, retorna para Aracaju e faleceu prematuramente a 03 de abril de 1956 deixando seu nome figurando com destaque entre os maiores poetas sergipanos e do Brasil.
Seus poemas, publicados em jornais e revistas espalhados pelo território sergipano que percorreu como Caixeiro-Viajante, só depois de sua morte foram condensados numa edição publicada pelo Movimento Cultural de Sergipe, ainda em 1956. Em 1967, nasce do ardoroso trabalho do escritor e memorialista Jackson da Silva Lima a primeira coleção de ESPARSOS E INÉDITOS de José Sampaio e em 1993 com o apoio da Fundação Augusto Franco e da Prefeitura Municipal de Carmópolis foi lançado “Poesia & Prosa de José Sampaio”.
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